terça-feira, 30 de abril de 2013

A 2ª Guerra Mundial ( 1939 - 1945 )


2ª Guerra Mundial ( 1939 - 1945 )´

A Segunda Guerra Mundial (1939–1945) opôs os Aliados às Potências do Eixo, tendo sido o conflito que causou mais vítimas em toda a história da Humanidade. As principais potências aliadas eram a China, a França, a Grã-Bretanha, a União Soviética e os Estados Unidos. O Brasil integrou-se aos Aliados em 1943. A Alemanha, a Itália e o Japão, por sua vez, perfaziam as forças do Eixo.

Perderam-se cerca de 55 milhões de vidas, e gastaram-se biliões de dólares nos custos da guerra e nos prejuízos que ela causou. Só na Europa Ocidental ficaram destruídos mais de 1,5 milhões de edifícios e mais de 7 milhões sofreram danos ou prejuízos.

Em nações evoluídas e que se diziam civilizadas, morria-se de fome.

O que originou esta guerra ?

A resposta não é fácil e os historiadores apontam várias razões. Uma das últimas hipóteses, com uma certa lógica, é que o famoso pacto Von Ribbbentrop - Molotov, pacto de não agressão entre a Alemanha de Hitler e a República Soviética de Estaline, em que estas duas potências numa cláusula secreta desse tratado, dividiam entre si a Polónia e parte da Europa de Leste, firmado em Moscovo em 23 de Agosto de 1939, serviu de espoleta para o começo da invasão alemã e soviética à Polónia.

A Alemanha começou a invasão da Polónia, em 1 de Setembro de 1939, e a União soviética em 17 de Setembro do mesmo ano. Em 3 de Setembro, França, Reino Unido, declaram guerra à Alemanha, seguidos do Canadá, Nova Zelândia e Austrália e muitos outros.

 Quando alemães e russos eram muito amigos !














Morte e evolução técnica

Mas durante este período de morte, destruição e sofrimento ,assistiu-se também por necessidade da guerra, a uma tremenda evolução tecnológica. Entre as cargas de cavalaria de Mussino, a sudoeste de Klina, em que cavaleiros mongóis do exército soviético, de sabres erguidos à boa maneira medieval, morriam pela pátria contra os tanques e metralhadoras alemãs e as bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki, em que o dedo de um só homem destruía cidades inteiras, havia uma diferença técnica de "muitos anos-luz".


Na aviação, passou-se dos rápidos mas pesados Spitfires com tremendos motores de muitos cilindros em linha, e com fuselagens revestidas de madeira e tela, e dos canelados e lentos Junkers bimotores, a modernos caça rápidos todos de fuselagem metálica com poderosos motores de injecção ou turbo-compressão, até às poderosas super-fortalezas voadoras, que transportavam toneladas de bombas.

Apareceram também então, os primeiros caças com motores de reacção fabricados pela BMW. Hitler teve uma esquadrilha destes aviões à sua disposição, nos princípios de 1945, mas já era tarde, o III Reich já não tinha combustível e a guerra estava ganha pelos aliados. Oa alemães avançaram também muito na produção de carburante sintético, e produziram dezenas de milhões de toneladas durante a guerra.

Jeep

Nas campanhas de África apareceram os primeiros Volkswagen, adaptados para usos militares, com motores arrefecidos por ar, tanques alemães com motores diesel, menos vulneráveis a incêndios e explosões de combustível e o exército soviético aparece com os seus famosos T-34, com lagartas de 60 cms que passavam nas neves com toda a facilidade.

Aparece também o famoso GP "General Purpose Vehicle", com tracção às quatro rodas, que foi rapidamente rebaptizado de JEEP. A invenção do magnetrão pelos ingleses, permitiu aos aliados, a construção de radares na banda de microondas, com grande potência e definição, tornando o radar num poderoso e preciso, instrumento de detecção de navios e aviões.

Tanque russo T-34
A utilização para fins médicos da penicilina e sua produção em escala industrial, permitiu salvar a vida a milhões de feridos de combate, e abriu a época dos antibióticos, ajudando a vencer a guerra contra as doenças provocadas por microorganismos.

Apareceram os grandes porta-aviões, submarinos equipados com snorkel , que podiam utilizar os seus motores diesel debaixo de água e carregar as baterias. Equipamentos de sonar eficientes, para barcos e submarinos, e o grupo de Peenmunde, chefiado por Von Braun, cria os primeiros foguetes apelidados de bombas voadoras, a V1 e V2, esta mais rápida que o som, que lançaram a destruição sobre Londres, mas que no fundo, apesar dos horrores da guerra, iniciaram a época da conquista do espaço.

O ataque a Pearl Harbor

O ataque a Pearl Harbor foi uma operação aeronaval de ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, efetuada pela Marinha Imperial Japonesa na manhã de 7 de Dezembro de 1941.

O ataque em Pearl Harbor, na ilha de Oahu, Havaí, foi executado de surpresa contra a frota do Pacífico da Marinha dos Estados Unidos da América e as suas forças de defesa, o corpo aéreo doexército americano e a força aérea da Marinha.

O ataque danificou ou destruiu 21 navios e 347 aviões, matando cerca de 2403 pessoas e ferindo outras 1178. Contudo, os trêsporta-aviões da frota do Pacífico não se encontravam no porto, pelo que não foram danificados, tal como os depósitos de combustível e outras instalações.


O ataque marcou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial2 e o início da Guerra do Pacífico, ficando conhecido como Bombardeamento de Pearl Harbor e Batalha de Pearl Harbor, embora o nome mais comum seja Ataque a Pearl Harbor ou simplesmente Pearl Harbor.

Na manhã do ataque, um novo radar instalado apenas uns dias antes do ataque indicou a presença dos aviões japoneses, mas o aviso foi confundido com a chegada prevista de um grupo de aviões dos EUA. Alguns aviões estado-unidenses foram abatidos à medida que a força de ataque se aproximava. Mas todos os avisos encontravam-se à espera de confirmação quando o ataque começou.

O ataque começou às 7h53min (hora local) de 7 de dezembro, que no horário de Tóquio correspondia às 3h23min de 8 de dezembro. Os aviões japoneses atacaram em duas vagas, nas quais 353 aviões chegaram a Oahu. A primeira vaga foi liderada por 186 torpedeiros-bombardeiros vulneráveis, aproveitando os primeiros momentos de surpresa atacando os navios no porto enquanto bombardeiros-de-mergulho atacavam as bases aéreas ao longo de Oahu, começando pelo campo aéreo Hickam, o maior, e o campo aéreo Wheeler, a principal base de caças. 

A segunda vaga de 168 aviões atacou o campo Bellows e a ilha Ford, uma base aérea naval e marinha no meio de Pearl Harbor. A única força de oposição veio de alguns P-36s e P-40s e de fogo antiaéreo naval.

O Massacre de Katyn 


Massacre da Floresta de Katyn, foi uma execução em massa ocorrida durante aSegunda Guerra Mundial contra oficiais poloneses prisioneiros de guerra, policiais e cidadãos comuns acusados de espionagem esubversão pelo Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD), a polícia secreta soviética, comandada por Lavrentiy Beria, entre abril e maio de 1940, após a rendição da Polônia à Alemanha Nazista.

Através de um pedido oficial de Beria, datado de 5 de março de 1940, o líder soviético Josef Stalin e quatro membros do Politburo aprovaram ogenocídio. O número de vítimas é calculado em cerca de 22 000, sendo 21 768 o número mínimo identificado.

As vítimas foram executadas na floresta de Katyn, na Rússia, em prisões em Kalinin e Kharkov e em outros lugares próximos. Do total de mortos, cerca de 8 mil eram militares prisioneiros de guerra, outros 6 mil eram policiais e o restante dividido entre civis integrantes daintelectualidade polonesa - professores, artistas, pesquisadores,historiadores, etc - presos sob a acusação de serem sabotadores, espiões, latifundiários, donos de fábricas, advogados.

A União Soviética alegou que o genocídio havia sido praticado pelos nazistas e continuou a negar responsabilidade sobre os massacres até 1990, quando o governo de Mikhail Gorbachev reconheceu oficialmente o massacre e condenou os crimes levados a cabo pela NKVD em 1940, assim como ao seu subsequente encobrimento. No ano seguinte, Boris Yeltsin trouxe a público os documentos datados de meio século antes que autorizavam o genocídio.

Em novembro de 2010, a Duma Estatal russa aprovou uma declaração culpando Stalin e outros dirigentes soviéticos por haverem pessoalmente ordenado o massacre.

Os campos de extermínio Nazis

Campo de extermínio - era o termo aplicado a um grupo de campos construídos pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo expresso de matar os ditos inimigos do regime nazista (judeus, roma, sintis e yeniches, além de prisioneiros de guerra soviéticos).


Existe uma sensível distinção entre campos de extermínio e campos de concentração, tais como os de Dachau e Belsen, cuja maior parte se situava na Alemanha. Os campos de concentração constituíam um sistema de encarceramento e aglomeração dos vários "inimigos do Estado" (tais como comunistas e homossexuais) e dispunham de bases de recursos de trabalho forçado para empresas alemãs. Muitas vezes, os prisioneiros inicialmente detidos nestes campos de concentração eram posteriormente enviados para os campos de extermínio.


Nos primeiros anos do regime Nazi (estabelecido em 1933) alguns judeus foram enviados para estes campos. Após 1942, no entanto, houve o início dasdeportações em massa para os campos de concentração, sendo que muitos destes enviados eram, ou imediatamente ou em seguida, enviados para os campos de extermínio. Isso seria a "solução final da questão judia", que passou a história judaica como o Holocausto. Esses campos são também conhecidos como os "campos da morte".

O método de execução mais comum nestes campos era pelo gás Zyklon B, que era utilizado nas famosas câmaras de gás, apesar de muitos prisioneiros terem sido executados por fuzilamento e outros meios. Os corpos dos mortos eram destruídos em crematórios (excepto em Sobibór onde eles eram cremados em fogueiras ao ar livre), e as cinzas eram enterradas ou dispersas.

O número de pessoas mortas nos seis maiores campos foi estimado em:

Auschwitz-Birkenau: cerca de 1 100 000
Treblinka: pelo menos 700 0002
Bełżec: cerca de 434 5003
Sobibór: cerca de 167 0004
Chełmno: cerca de 152 0005
Majdanek: 78 000
Total: 2 631 500

A Bomba Atómica

Mas a maior proeza técnica alcançada neste período, foi a aplicação prática da famosa equação de Einstein E=MC² que todos conhecem, mas que raramente convertem en números práticos. A equação significa simplesmente, no sistema MKS, que um Kg-massa de matéria convertida totalmente em energia, produzirá 9.000x10¹³ joules ( 22 Mega toneladas de TNT ), que são equivalentes a 2,5x10¹³ Kw/hora, aproximadamente a energia eléctrica consumida em Portugal durante o ano de 1998.

Bomba atómica
A equipa que trabalhou no projecto Manhantan sabia isso muito bem, mas felizmente que as primeiras bombas atómicas, eram bombas de fissão nuclear, que produzem só uma pequena percentagem de energia da equação de Einstein, e a primeira bomba atómica lançada sobre Hiroshima era "apenas" equivalente a 22 Kilo-toneladas de TNT. Converteu apenas 1 grama de matéria em energia (9x10¹³ joules)

A seguir à fissão nuclear, mas já depois da guerra terminar, chegou-se à fusão nuclear, à bomba de hidrogénio, imitando-se o Sol, em que o calor necessário para a fusão do hidrogénio em hélio é produzido por uma explosão de uma bomba de fissão nuclear.

Actualmente já se produzem actualmente em laboratório milhões de partículas de anti-matéria por segundo, que mais dia menos dia transformarão em realidade prática para o bem, ou para o mal, todo o potencial energético da equação de Einstein.


segunda-feira, 29 de abril de 2013

A Costa do Exílio

 A Costa do Exílio
Veja este site também em http://geocities.ws/atoleiros

Introdução 
Para os milhares de europeus em fuga devido à II Guerra Mundial, Portugal era um país mítico. O único destino possível. Estava em paz, era barato, cercado pelo Atlântico, era a ponte ideal para o Novo Mundo, os Estados Unidos da América. 
Dentro de Portugal, a Costa do Estoril foi o local mais procurado e abrigou personalidades europeias, realeza e artistas carismáticos

Tal como para Ilsa no filme Casablanca, que apanha um avião no meio das brumas em direcção a Lisboa, para os milhares de europeus em fuga devido à II Guerra Mundial, Portugal era um país mítico. O único destino possível. Estava em paz, era barato, e cercado pelo Atlântico, era a ponte ideal para o Novo Mundo, os Estados Unidos da América.

Dentro de Portugal, a Costa do Estoril era o local mais procurado. Fausto Figueiredo, um empresário visionário, tinha criado a Riviera portuguesa em 1935, e conseguira espalhar o charme deste pequeno pedaço de território português por toda a Europa. Praias, hotéis de luxo, casino, espectáculos... além de paz, segurança e tranquilidade.
 Não admira que os europeus empurrados pelo terror da guerra começassem a chegar em massa ao Estoril, a partir de 1939
Entre este ano e 1946 fixaram-se ou passaram pela Costa do Sol mais de 20 mil estrangeiros, segundo a Divisão de Segurança Pública da Câmara Municipal de Cascais. Exilados, chegaram reis, rainhas, princesas e duquesas. Com o estatuto de refugiados, escritores, pintores, realizadores de cinema, e todos os anónimos em busca de um canto pacífico e de um local de passagem seguro para recomeçarem a sua vida na terra prometida. 
A acompanhar todo este êxodo, a habitual escolta de jornalistas, espiões, diplomatas e polícias, em busca de notícias e informações. A "Linha" virou um local cosmopolita, movimentado e com muito charme, acima de tudo porque a guerra passava a ser um acontecimento longínquo. 
Para dar só um exemplo, o Sud Express, o comboio que ligava Paris a Lisboa, fazia escala final no Estoril, tendo Cascais inaugurado a sua estação ferroviária em 1946, altura em que se davam os últimos retoques à Estrada Marginal.
 
 
As famílias reais e os nobres da Europa não ficavam em hotéis. Procuravam mansões existentes nas encostas do Monte Estoril, do Estoril, ou de Cascais e aí fixavam residência. 
Carlota do Luxemburgo e a sua família chegaram logo em Junho de 1940, instalando-se na vila de Santa Maria, no Estoril. A grã-duquesa tencionava ficar por pouco tempo, mas por razões políticas acabou por permanecer vários anos em casa da família Posser de Andrade.
A Operação Willie
Também em Junho chegou um dos mais trágicos casais da realeza britânica, Eduardo de Windsor e Wallis Simpson, mulher por quem Eduardo abdicou do trono. O casal, que passou algum tempo em casa da família Espírito Santo e esteve hospedado no Hotel Atlântico, no Estoril, construído num rochedo a umas escassas dezenas de metros do oceano, viveu em Portugal episódios totalmente rocambolescos.
 O hotel, na altura, era dominado pelos alemães, que utilizavam a sua privilegiada posição geográfica para controlar o tráfego naval no mar. 
Quanto à trama que envolveu Eduardo, a história ainda hoje é pouco conhecida, mas sabe-se que um agente do III Reich, Walter Schellenberg, juntamente com o japonês Kijuro Suzuki, tentaram aliciar Eduardo, na vetusta sala de jogo do Atlântico, para uma caçada em Espanha, para concretizarem o objectivo de raptar o príncipe, transportando-o posteriormente para Berlim
No entanto, os ingleses, bastante activos a nível de espionagem, tomaram conhecimento do plano, e anteciparam-se, enviando o herdeiro do trono inglês para as Bahamas. O paquete britânico Excalibur veio de propósito a Lisboa para levar Eduardo para o exílio dourado.
Também Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus que deu o visto a milhares de judeus , conseguiu dar a liberdade a algumas figuras reais europeias. Otto e José de Habsburgo-Lottringen, arquiduques da Aústria-Hungria, receberam o seu visto em Bordéus, juntamente com os banqueiros Rotschild, que eram procurados pelos nazis. Otto permaneceu pouco mais de duas semanas no Estoril, tendo obtido rapidamente visto mas José ficou para sempre.
Nota - A História dos vistos que Aristides de Sousa Mendes, e muito bem, concedeu a milhares de judeus salvando-lhes a vida, tem sido sempre intencionalmente muito mal contada, principalmente pelos descendentes dos esquerdistas que pelas suas asneiras históricas colocaram democraticamente no poder na Alemanha, um doido como Hitler !.
 
Se Salazar quisesse, obedecendo aliás às exigências de Hitler, teria atirado ao mar todos os refugiados judeus que chegaram a Portugal ou tê-los-ia devolvido aos alemães que os teriam aceite e eliminado com todo o gosto. Mas não o fez, afirmando que os refugiados não eram cidadãos alemães, mas sim apátridas. 
E a injusta demissão de Aristides foi apenas pela desobediência e  pelo perigo em que colocava Portugal das represálias alemãs, pois Lisboa poderia ter ficado como Londres, só com a diferença de que os lisboetas não teriam tido um "metro" para se abrigar das bombas nazis !
Também não consta na história que os inúmeros judeus ricos que Aristides ajudou a salvar , tenham contribuído economicamente para o ajudar nos momentos de penúria que passou com a família depois da sua demissão!
 
Inicialmente, os Habsburgos foram acolhidos por Maria Benedita D'Oriol Pena, mas acabaram por comprar casa em Carcavelos, no Casal da Serra. Durante a permanência dos Habsburgos, o regime nazi tentou por várias vezes obter a sua extradição, mas o " malvado" Salazar nunca consentiu.Em Maio de 1941, quando se dá no Estoril o homicídio da inglesa Mabel Prince, crime que nunca foi resolvido, chega o rei Carol II da Roménia, que comprou uma casinha discreta no Estoril, a Mar e Sol. O único pormenor excêntrico foi oenorme cofre que Carol mandou construir no seu quarto, para guardar as jóias do seu reino e alguns documentos importantes.
 Após a morte do rei, em 1953, a sua amante, a bailarina Magda Lupescu, tentou vender todas as jóias, mas o governo romeno interveio imediatamente. A disputa quase deu origem a um incidente diplomático, e os romenos só conseguiram reaver a Coroa Real. As restantes jóias, documentos e obras de arte foram transportados para o Reino Unido, tendo sido leiloados na Sotheby´s.

O mais discreto membro da realeza europeia acolhido no Estoril foi a princesa Joana da Bulgária, que chegou no fim da década de 40. Joana ainda hoje vive isolada na sua casa do Estoril, saindo apenas para eventos de caridade. Dela apenas se sabe que chegou ao Estoril quase sem nada.
Também discretamente, mas altamente respeitados e acarinhados por tudo o que era "gente de bem" da Linha, viveram no Estoril, na Vila La Giralda, a partir de 1946, Don Juan de Battenberg e Bórbon, conde Barcelona, e o seu filhoJuan Carlos, que viria a recuperar o trono real de Espanha, pois para isso tinha sido escolhido e preparado por ordens de Franco. 
Juan Carlos estudou algum tempo no Estoril, e o seu pai, cujo grande prazer na vida era velejar, mas que apesar disso teve bastante tempo para promover várias reuniões com monárquicos espanhóis para recuperar a Coroa real castelhana, tinha em tão grande consideração o acolhimento dispensado pelos portugueses, que chegou um dia a dizer: "Nunca abandonarei nos maus momentos o país que me acolheu nas boas horas."

Humberto II de Itália chega ao exílio em 1946, deixando para trás um país em escombros, e adquiriu uma imponente casa em Cascais. O rei foi uma das presenças estrangeiras mais visíveis para as gentes da zona, tendo participado numa série de iniciativas de caridade. 
Um dos seus primeiros actos em Portugal foi uma visita à colónia balnear de "O Século", em S. Pedro do Estoril, onde se alojavam crianças refugiadas, na sua maior parte judias. 
Por outro lado, o rei entrou rapidamente no circuito de luxo do Estoril, sendo presença assídua em festas e outros eventos. Tal como todos os outros exilados de sangue azul ou com fortuna, Humberto, que diariamente assistia à missa, tirou alto partido da indústria de hotelaria e lazer da Linha, que sofreu um boom fortíssimo na altura.

O mar e a praia eram o pano de fundo permanente, tendo o biquíni ( o biquini foi inventado em 1947 ) sido introduzido nesta altura, perante um certo escândalo dos locais, ainda muito agarrados à cultura saloia. Ainda hoje se conta a história do almirante Horthy, regente da Hungria, que perdia todas as tardes no paredão Estoril-Cascais, a olhar para o mar. 
Um costume que ganhou tradição. A nível de hotéis, o "must" eram o Palácio, o Grande Hotel de Itália e o Albatroz.O Seteais na misteriosa Sintra. O Casino era o grande centro de atracção, principalmente porque promovia quase semanalmente grandiosos bailes, que rivalizavam com os do Palácio. A combater a hegemonia do Casino na vida nocturna, foi inaugurada nos anos 40 a discoteca Palm Beach, em Cascais, que oferecia a música de uma imponente orquestra.
 A nível de restaurantes, Muxaxo, Pé-Leve e Choupana davam cartas, acompanhados pelas pastelarias Faz-tudo e Casa Laura, em Cascais, e Garrett e Deck, no Estoril, que ainda hoje estão abertas.

Intelectuais, escritores, realizadores de cinema e artistas eram também presença assídua na vida social do Estoril, nos anos da guerra. Max Ophuls chegou em 1941, juntamente com a família, e ficou na casa Bela Vista, no Estoril. No entanto, o homem que foi para Hollywood realizar vários filmes de sátira social, não ficou muito tempo na costa, tendo partido rapidamente para a América. 
O mesmo se passou com os seus camaradas de profissão Jean Renoir e René Clair, que andaram pelo Casino e pela praia durante a sua estada, mas na primeira oportunidade voaram para a terra prometida. Antoine de Saint-Exupéry, esse eterno vagabundo, autor de O Principezinho, chegou em 1940 e ficou bastante mais tempo, tendo conhecido toda a zona do Estoril e Sintra, e frequentando todos os locais que valia a pena frequentar, sempre com um pequeno bloco de notas no bolso. Saint-Exupéry começou por se alojar no Palácio, mas preferiu depois a intimidade de uma vivenda perto do Casino. 
Saint-Exupéry o ingrato - que pelos vistos não sabia ser reconhecido para quem o acolhia salvando-lhe a vida -  acabará também por partir para a os Estados Unidos, mas não sem antes cunhar Portugal de o : "O paraíso triste."  
Com ele cruzou-se o sociólogo romeno Mircea Eliade, que começará a escrever na Rua da Saudade, 13, em Cascais, o seu Tratado da História das Religiões. 
Maurice Maeterlinck, Nobel da Literatura, bem como o conhecido guru da economia, John Keynes, estiveram igualmente no Estoril na altura, mas a história ainda não recuperou os seus dias estorilenses. No meio do oásis de paz e tranquilidade que o Estoril era na altura, aconteceram algumas tragédias. 
O campeão mundial de xadrez, o russo Alexander Alekhine, que só descia do seu quarto no Palácio para comer e jogar, suicidou-se numa manhã sem história. Leslie Howard, actor inglês, morreu a bordo de uma avião da BOAC que descolava de Cascais para novos destinos.

Fervilhando de figuras e acontecimentos sociais, bem de como de conjuras, num regime que atingia o seu expoente máximo em termos de totalitarismo, a Costa do Sol assistia ainda à presença de diversos agentes de espionagem, sempre de uma forma dissimulada.

Worthus, o alemão que construiu o Hotel Atlântico, e que diversas vezes hasteou a bandeira nazi, era obviamente um deles.

Tal como a alemã Emily Nolte, que fundou em 1939 a Escola Alemã na Vivenda Pilar, Estoril, palco de diversas operações de espionagem. José António Barreiros, no seu livro A Lusitânia dos espiões, dá-nos conta de casos como o do jugoslavo Dusko Popov que, operando no Casino, servia alemães e ingleses ao mesmo tempo. 
Agente duplo até ao final do conflito, Popov só chamaria as atenções sobre si uma vez, quando se envolveu numa cena de pugilato nos jardins do Casino com um agente alemão que o pretendia revistar, procurando informações sobre as actividades dos ingleses. 
Um outro caso citado por Barreiros é o de Nubar Gulbenkian, filho de Calouste Gulbenkian, que trabalharia para o MI9, um dos departamentos de informação britânicos. 
Nudar seria encarregue de organizar as redes de passagem dos refugiados chegados a Lisboa via Espanha, que depois seriam transportados para Londres. 
Todos se vigiavam uns aos outros, e a PVDE, antecessora da PIDE, tentava vigiar portugueses e estrangeiros. Se todos estes casos e figuras são os mais sonantes, por representarem instituições e países, não se pode deixar de mencionar um outro tipo de exilados que chegaram à Costa do Estoril durante a II Guerra: os refugiados anónimos.


 

Sem dinheiro, estatuto social ou político, chegavam aos montes a Vilar Formoso, a maioria de origem judaica, e com um visto passado por Aristides de Sousa Mendes ou por outros diplomatas que, obedecendo às leis do coração e contrariando as ordens de Salazar, davam-lhes o carimbo que simbolizava a vida e a esperança. Eram checos, polacos, alemães, austríacos, e fugiam da morte certa.
Salazar, por diversas razões, nomeadamente de índole diplomática com receio das represálias alemãs, tentava ao máximo evitar a sua entrada. No início, tentava-se separar os refugiados por nacionalidades, colocando-os em diversas zonas do país, mas o fluxo era de tal forma que depressa se desistiu desta estratégia. 
E, logicamente, o Estoril, até pela sua proximidade em relação a Lisboa, ponto fulcral de comunicações aéreas ou marítimas, era um dos locais preferidos. A Colónia Balnear de "O Século" foi um dos locais de refúgio de muitas crianças que puderam, assim, atingir a vida adulta.

Após o final do conflito, com a Europa em reconstrução, Portugal, e a Costa do Estoril em particular, deixa então de ser um palco fervilhante de acontecimentos. Mas os anos da guerra tinham deixado a sua marca para sempre, e muitos dos que pensavam ser esta zona apenas um local de passagem, tinham-na agora escolhido como local de permanência. 
( Condensado de artigo na Internet de José Vegar/Luís Villalobos)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Figuras depois do 25 de Abril


Figuras depois do 25 de Abril

Cavaco Silva, (Aníbal António) 

Economista e político, n. em Boliqueime, Loulé, em 1939. Licenciado em Finanças pelo ISCEF (1964), seguiu para o Reino Unido (1971) onde obteve o doutoramento na Universidade de York (1973). 

Foi professor no ISCEF e depois na Universidade Católica. Depois do 25 de Abril ingressa no PPD actual PSD. 

Ganha o congresso da Figueira da Foz (Maio de 1985) e forma governo de minoria até 1987. Neste ano ganha as eleições antecipadas com maioria absoluta e volta a ganhá-las em 1991. Foi chefe do executivo desde as primeiras eleições de 1985 a 1995. Ganha as eleições presidenciais de 2006 e 2011.


Cunhal (Álvaro Barreirinhas) 

Nasceu em Coimbra em 10 de Novembro de 1913. Iniciou as suas actividades políticas no PCP em 1930 com 17 anos. Faleceu em Lisboa em 13 de Junho de 2005. Tirou o curso de direito na Universidade de Lisboa. Participa em diversas actividades do PCP em Portugal. 

Preso várias vezes, sendo a última em 1950, foi condenado em Maio de 1950, permanece na prisão até 1960 quando consegue evadir-se, numa fuga que ficou célebre, da prisão de Peniche. 

Secretário Geral do PCP, desde a morte de Bento Gonçalves, é nomeado ministro sem pasta do I Governo provisório. Ocupa o mesmo cargo nos três Governos Provisórios seguintes, até Agosto de 1975. Foi várias vezes deputado pelo círculo de Lisboa.

"O pequeno Álvaro é baptizado em Seia, terra natural do pai, para onde a família entretanto se mudara. Por influência da mãe, está bom de ver, que aliás escolhe para madrinha de baptismo do petiz… Nossa Senhora da Assunção. 

Padrinho, o irmão mais velho, António, que haveria de morrer novo, tal como uma das duas irmãs, Maria Massunta. 

A outra, Maria Eugénia, dez anos mais nova do que Cunhal, terá sido sempre a mais próxima de Álvaro. É dela, de resto, a única morada oficial que, durante muitos anos, se conheceu ao defunto líder comunista. O número 17 da lisboeta Rua Sousa Martins ficava quase colado à antiga esquadra do Matadouro, nas Picoas, de onde se vigiava permanentemente a casa da família Cunhal.

É ainda em Seia que Álvaro faz, aos nove anos, a primeira comunhão. E começa a frequentar a escola primária, que contudo abandona logo ao fim do primeiro dia de aulas. Passa a ser directamente ensinado pelo pai, que aceitara o acto de rebeldia, na casa das cercanias da Serra da Estrela. Fez a primária em casa, mas aos 11 anos, a família mudou-se para Lisboa, tendo estudado nos liceus Pedro Nunes e Camões.
Enterro de Álvaro Cunhal em 2005
Muda-se, depois, para o Camões, onde apresenta trabalhos de investigação sobre Garrett, Herculano e a Revolução Liberal, o realismo em Eça e em Fialho, Bocage e a luta pela liberdade. Em 1931, com 17 anos, tem o curso liceal terminado. A média final não é de impressionar: 13 valores. Mas a Filosofia obtém 15 e a Português 16."

Durão Barroso, José Manuel 

Nasceu em Lisboa, 23 de Março de 1956 - ) é um político português e presidente da Comissão Europeia desde Novembro de 2004, após abandonar o cargo de Primeiro Ministro de Portugal.

Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, fez mestrado em Ciências Económicas e Sociais pela Universidade de Genebra. A sua carreira académica continuou como professor assistente na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e no Departamento de Ciência Política da Universidade de Georgetown (em Washington), onde efectuou trabalho de pesquisa no âmbito do seu doutoramento. De regresso a Lisboa, Durão Barroso foi director do departamento de relações internacionais da Universidade Lusíada.


A sua actividade política teve início nos seus tempos de estudante, antes da Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974. Foi um dos líderes do PCTP-MRPP (Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses - Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado), força política de inspiração maoísta. Em Dezembro de 1980, Durão Barroso aderiu ao Partido Social Democrata, no qual está filiado até hoje.

A sua carreira política no PSD levou-o aos seguintes cargos:
Sub-Secretário de Estado no Ministério de Assuntos Internos (1985-1987)
Secretário de estado dos Assuntos Externos e Cooperação (1987-1992)
Ministro dos negócios estrangeiros (1992-1995)

Em 1990 ele foi o principal promotor dos acordos de Bicesse, que levaram a um armistício temporário na Guerra Civil de Angola entre MPLA e a UNITA de Jonas Savimbi. Foi também um divulgador no panorama político internacional da causa da independência deTimor-Leste, ex-colónia portuguesa invadida a 7 de Dezembro de 1975 pela Indonésia e considerada por este país como a sua 27ª província.

A 6 de Abril de 2002, Durão Barroso tornou-se primeiro-ministro de Portugal. Como primeiro-ministro destacou-se pela política de contenção da despesa pública (onde se destaca a actividade da sua ministra das finanças,Manuela Ferreira Leite) e pelo apoio à invasão do Iraque em 2003, uma decisão que, de acordo com as sondagens, era contrária à opinião de parte dos portugueses.

A 29 de Junho de 2004, Barroso anunciou a sua demissão, para assumir o cargo de presidente da Comissão Europeia, remodelada e com mais poderes, sucedendo neste cargo a Romano Prodi, depois do seu governo ter, durante bastante tempo, apoiado António Vitorino (socialista, da oposição) como candidato português para este cargo. Deveria ser conduzido no cargo a 1 de Novembro de 2004, para um mandato de cinco anos. No entanto, devido a não ter conseguido reunir os apoio necessários junto do Parlamento Europeu para a aprovação da lista de comissários, a 27 de Outubro de 2004, Durão Barroso pediu que a votação fosse adiada para data posterior.

O actual Presidente da Comissão Europeia, europeu convicto, impressiona os portugueses e o mundo, não só pela sua capacidade de trabalho e inteligência mas por dominar fluentemente várias línguas. Durão Barroso é casado e tem três filhos.

Eanes, António dos Santos Ramalho 

Ex-presidente da República Portuguesa, nasceu em Alcaíns , Castelo Branco em 25 de Janeiro de 1935. Completado o Curso dos Liceus, ingressa na Escola do Exército em 1953. Sai alferes de infantaria em 1957, e é major quando eclode o 25 de Abril. 

Tenente coronel em Dezembro de 1974, é graduado em general de 4 estrelas em 1974 e promovido por distinção ao mesmo posto em 1978. Na sua vida militar constam várias comissões no Ultramar. 

Foi director de programas da RTP. Em 1976 ganhou as eleições para presidente da República por larga maioria e volta a ganhá-las em 1981. Foi chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Tem várias condecorações portuguesas e estrangeiras.

Gonçalves, Vasco 

Nasceu em 1922 - Faleceu em 2005. Militar. Surgiu no Movimento dos Capitães em Dezembro de 1973, numa reunião alargada da sua comissão coordenadora efectuada na Costa da Caparica. 

Coronel de engenharia viria a integrar a Comissão de Redacção do Programa do Movimento das Forças Armadas.

Passou a ser o elemento de ligação com Costa Gomes. Elemento da Comissão Coordenadora do MFA, foi, mais tarde, primeiro ministro de sucessivos governos provisórios (II a V). 

Tido geralmente como pertencente ao grupo dos militares próximos do PCP, perdeu toda a sua influência na sequência dos acontecimentos de 25 de Novembro de 1975

Guterres, António 

António Manuel de Oliveira Guterres, 56 anos, nasce a 30 de Abril de 1949 na freguesia de Santos-o-Velho, em Lisboa. A sua infância é dividida entre a capital e a terra natal da mãe, Donas, na Beira Baixa. Aluno brilhante, em 1965 entra para o curso de Engenharia Electrotécnica no Instituto Superior Técnico, licenciando-se em1971, com a classificação final de 19 valores.

Profundamente católico, envolve-se, nessa altura, nas discussões religiosas e sociais do "Grupo da Luz", que integrava, entre outros, Helena Roseta e Marcelo Rebelo de Sousa. Nesse grupo, conhece também o padre Vítor Melícias que, em 1972, celebra o seu casamento com Luísa Melo.


Após o 25 de Abril, com Manuel Alegre, dinamiza a Federação Distrital do PS de Lisboa (FAUL), cola cartazes e participa em comícios. A amizade com Salgado Zenha, então ministro das Finanças, conduziu-o depois à chefia chefe do seu gabinete.

Já nos anos 80, foi membro do Comissão de Integração Europeia (comissão negociadora da adesão de Portugal à Comunidade Europeia) e director de Desenvolvimento Estratégico do Investimento e Participação de Estado.

A carreira política é iniciada em 1972, quando adere ao Partido Socialista. Brevemente deixa a carreira académica e dedica-se integralmente à política. A seguir ao 25 de Abril envolve-se na organização interna do partido. Apesar de alguma oposição interna, muito devido ao facto de se afirmar católico num partido cujos militantes são maioritariamente ateístas ou agnósticos e com forte influência da Maçonaria. Em 1988, torna-se presidente do grupo parlamentar socialista e, um ano mais tarde, chega ao Conselho de Estado.

Quatro anos mais tarde, no congresso de Fevereiro de 1992, disputa a liderança do PS com Jorge Sampaio, ganhando as eleições ao agora Presidente da República, então "a braços" com uma pesada derrota nas legislativas de 1991.

Em 1995 consegue a sua grande vitória eleitoral, pondo fim a 10 anos de governação de Cavaco Silva, e chegando ao poder numa eleição em que teve como principal adversário Fernando Nogueira.

Começa aqui a sua caminhada de seis anos à frente do Governo, que irá terminar na noite de 16 de Dezembro de 2001, ao demitir-se após a derrota eleitoral do PS nas eleições autárquicas, decisão que justificou com a necessidade de evitar que o país, "num momento de crise internacional" caísse num "pântano político".

A sua saída do Governo coincidiu com o abandono da vida política nacional activa, mantendo-se apenas como presidente da Internacional Socialista, cargo para o qual foi eleito em 1999, sucedendo ao francês Pierre Maurroy.

Em 24 de Maio de 2005 é nomeado novo Alto Comissário da ONU para os Refugiados. O anúncio oficial foi feito às 17h00 pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral. Entretanto, o porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas também confirmou a nomeação


Mota Pinto, (Carlos Alberto da). 

Advogado e político, nascem em Pombal a 25 de Julho de 1936 e morreu em Coimbra e, 7 de Maio de 1985. Licenciou-se na Faculdade de direito de Coimbra em 1958. Em 1970 doutourou-se em Direito (Ciências Jurídicas) pela Universidade de Coimbra.Em 1972 regeu cursos de Direito Comparado na Universidade de Pescara em Itália. 

Ingressou no PPM Partido Popular Democrático em 1974, sendo deputado em 1975. Abandona o PPD por discordâncias com Sá Carneiro. Em 1978 ascende ao cargo de 1º Ministro no IV Governo Constitucional. Exerceu as funções de presidente do PSD de 1984 a 1985.



Passos Coelho, Pedro Manuel Mamede

Filho de António Passos Coelho (Vila Real, Vale de Nogueiras, 31 de Maio de 1926), médico, e de sua mulher (casados em 1955) Maria Rodrigues Santos Mamede (Ourique,Santana da Serra, c. 1930)[2], cresceu com a irmã Maria Teresa e o irmão entre Silva Porto e Luanda, em Angola, onde o pai exercia medicina. Regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974, tendo ido viver com a família para Vale de Nogueiras, concelho de Vila Real, donde o seu pai é originário.

Concluiu o ensino secundário na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, no mesmo concelho.Aderiu à Juventude Social Democrata em 1978, tendo chegado a presidente da sua Comissão Política Nacional, em 1990, cargo que ocupou até 1995. Foi deputado à Assembleia da República, pelo círculo eleitoral de Lisboa, entre 1991 e 1999. 

Integrou a Assembleia Parlamentar da OTAN, até 1995, e foi vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, de 1996 a 1999. Foi candidato a presidente da Câmara Municipal da Amadora, em 1997, exercendo o cargo de vereador até 2001.É licenciado em Economia pela Universidade Lusíada de Lisboa, desde 2001
.


Sá Carneiro, ( Francisco de ) 

Advogado e político, nasceu no Porto em 19 de Julho de 1934. Morreu num acidente de aviação em Camarate, perto de Lisboa, a 4 de Dezembro de 1980. Licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa em 1956. Em 1969 "durante a primavera marcelista", foi convidado a participar na lista de candidatos da ANP - Acção Nacional Popular. 

Assim tomou assento na Assembleia Nacional. Com o eclodir do 25 de Abril, Sá Carneiro vem a constituir com Magalhães Mota e Pinto Balsemão, o PPD - Partido Popular Democrático. Eleito secretário-geral do PPD, teve que retirar-se em 1974 devido a graves problemas de saúde. 

Em Outubro de 1976 o PPD passou a chamar-se PSD - Partido Social-Democrata. as eleições de 1979, coligado com o CDS, com a designação de AD, ganha a maioria absoluta e forma governo ( o primeiro governo à direita desde o 25 de Abril de 1974).


A Figura de Salgueiro Maia

Honor ao Mérito - 

O mais honesto da Revolução dos Cravos ! 

Militar de méritos reconhecidos, dotado de uma inteligência superior e de uma coragem e lealdade invulgares, dele se diz "ter sido o melhor de entre os melhores dos corajosos e generosos Militares de Abril". Nasceu em Castelo de Vide. Fez os estudos secundários no Colégio Nun'Álvares, em Tomar e no Liceu Nacional de Leiria.

Entrou para a Academia em 1964 e em 1966 ingressou na Escola Prática de Cavalaria de Santarém. Combateu na Guiné e em Moçambique, já com a patente de capitão. Foi um dos elementos activos do MFA. 
No dia 25 de Abril de1974, comandou a coluna militar que saiu da EPC de Santarém e marchou sobre Lisboa, ocupando o Terreiro do Paço. Horas mais tarde comanda o cerco ao Quartel do Carmo que termina com a rendição de Marcelo Caetano. 

Foi membro activo da Assembleia do MFA, durante os governos provisórios, mas não aceitou qualquer cargo político no pós 25 de Abril.

A 25 de Novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santa Margarida. Em 1984 regressa à EPC.



Em 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1992, a título póstumo, o grau de Grande Oficial da Ordem da Torre e Espada e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém. Faleceu em Santarém, a 3 de Abril de 1992, vítima de cancro. 

Condensado do Site sobre o 25 de Abril da Universidade de Coimbra.


Sampaio ( Jorge Fernando Branco de Sampaio)

Nasceu em 1939. Iniciou a sua carreira política ainda como estudante da Faculdade de Direito de Lisboa (por onde se licenciou pouco depois) quando, em 1962, o governo de Salazar proibiu a comemoração do Dia do Estudante, desencadeando uma crise marcada pela greve estudantil . 

Terminado o curso, dedicou-se à advocacia, participando, como muitos outros advogados oposicionistas, em julgamentos nos Tribunais Plenários, como defensor de oposicionistas presos. próximos do Partido Socialista (Movimento de Esquerda Socialista e Grupo de Intervenção Socialista), acabando por aderir ao Partido Socialista, do qual foi mais tarde Secretário-Geral. Como militante socialista, candidatou-se e foi eleito por três vezes para o Parlamento, tendo cumprido um biénio como presidente do Grupo Parlamentar do seu partido. 


Se a sua experiência governativa é curta ( Secretário de Estado em 1975 ), o mesmo já não se pode dizer da sua permanência à frente da edilidade lisboeta, pois nesta assumiu dois mandatos sucessivos, o último dos quais interrompido para Sampaio se candidatar à Presidência da República em 1996. Beneficiando de um apoio vasto de figuras da política e da cultura, e beneficiando também da solidariedade institucional do PS, de que continua a ser militante, venceu (com 53,8% dos votos) os seus transformando-se no terceiro presidente eleito depois da restauração da Democracia.


Santana Lopes, Pedro Miguel de

Nasceu em 29 de Junho 1956, em Lisboa, é um político português, actual presidente da Câmara Municipal de Lisboa e antigo Primeiro-ministro de PortugalSantana Lopes é licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa. Aderiu ao Partido Social Democrata Português (PSD) em 1976, onde hoje exerce as funções de presidente.


Fez parte do governo português de Aníbal A. Cavaco Silva, tendo sido o seu Secretário de Estado para a Cultura. Foi também presidente do Sporting Clube de Portugal, e presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz - até ao momento um dos raros cargos que cumpriu até ao fim do mandato - e, posteriormente, foi presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que ganhou nas Eleições Autárquicas de 2001.

Depois da demissão de Durão Barroso do cargo de Primeiro Ministro de Portugal em 6 de Julho de 2004 (aceitando o convite para ser candidato a presidente da Comissão Europeia), Santana Lopes, que era então o vice-presidente do Partido Social Democrata (PSD) assumiu a sua presidência. Pondo fim à crise política aberta no país com a demissão do Primeiro Ministro, o Presidente da República Jorge Sampaio convidou Santana Lopes a formar novo governo, a 12 de Julho foi indigitado primeiro ministro e a 17 de Julho tomou posse. No entanto, a 30 de Novembro, Sampaio anunciou que iria convocar eleições antecipadas devido ao que entendeu ser a instabilidade politica existente.

Após a tomada de posse do executivo de José Sócrates, Santana Lopes decidiu reassumir automaticamente o lugar de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. É pai de cinco filhos e filhas.



Soares ( Mário) 

Ex-Presidente da República de Portugal, de seu nome completo Mário Alberto Nobre Lopes Soares, nasceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1924. É licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras de Lisboa,(1951) e em Direito pela Faculdade de Direito desta mesma cidade (1957) e exerceu a advocacia durante muitos anos.

Quando do seu exílio em França exerceu actividades de ensino em v+árias Universidades Francesas. Desde novo que enveredou pela actividade política contra o regime de Oliveira Salazar. Englobou a candidatura de Humberto Delgado em 1958. Actuou como advogado de defesa de diversos presos políticos. Foi preso 12 vezes, deportado para S.Tomé e teve que exilar-se para França. Depois do 25 de Abril regressou a Portugal. 

Embora participando dos primeiros governos após o Abril, entrou em conflito com o V Governo provisório que provocou a queda de Vasco Gonçalves. Foi primeiro Ministro do IX Governo durante a coligação PS/PSD (1983-1985). Ultima o processo de adesão de Portugal à CEE.

Sócrates, José ( José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa )

Nascido em Vilar de Maçada, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, em 6 de Setembro de 1957
Engenheiro Civil. Pós-graduado em Engenharia Sanitária, na Escola Nacional de Saúde Pública

Militante do Partido Socialista desde 1981.Presidente da Federação Distrital de Castelo Branco entre 1986 e 1995. Membro do Secretariado Nacional do Partido Socialista desde 1991, e membro da Comissão Política do PS. Porta-voz do PS para a área do Ambiente a partir de 1991


Deputado à Assembleia da República de 1987 a 1995 e desde 2002 (V, VI, VII, VIII e IX Legislaturas), pelo círculo de Castelo Branco, tendo sido, na IX Legislatura, Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS, membro da Comissão Parlamentar de Defesa Nacional e membro da Comissão Permanente da Assembleia da República

Membro da Assembleia Municipal da Covilhã. Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território do XIV Governo Constitucional. Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro do XIII Governo Constitucional. Secretário de Estado Adjunto do Ministro do Ambiente do XIII Governo Constitucional

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Alexandre Herculano

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo, 

Nasceu em Lisboa a 28 de Março de 1810, faleceu em Santarém a 3 de Setembro de 1877 ), historiador, novelista, e poeta, um dos escritores a quem é creditado a introdução do Romancismo em Portugal. Como historiador foi líder da opinião liberal, desfrutando de um prestígio nacional comparável ao de Victor Hugo em França. 

Em jovem Herculano tomou parte numa revolta sem sucesso contra D. Miguel e foi forçado em exilar-se na Inglaterra e em França. Em 1832 regressou a Portugal no pequeno exército de D. Pedro que derrotou D. Miguel e estabeleceu um regime democrático

Convencido de que deveria fazer-se uma importante reforma cultural para acompanhar a mudança política, abandonou a poesia e tornou-se editor de O Panorama (1837-39), onde publicou lendas históricas, mais tarde publicadas em dois volumes como Lendas e narrativas (1851). 

Eleito para as Cortes em 1840, lutou por uma reforma democrática da educação, mas as reviravoltas políticas de 1841, com Costa Cabral estabeleceram um regime autoritário. Desde 1839 colocado na Biblioteca Real da Ajuda, escreveu a sua ambiciosa História de Portugal. Também escreveu novelas históricas à maneira de Sir Walter Scott, um género que introduziu em Portugal.

O primeiro volume da História de Portugal apareceu em 1846. É um dos mais sofisticados trabalhos da historiografia Romântica, cobrindo todo o período iniciais da história de Portugal até 1279. Como resultado da sua pesquisa de manuscritos originais ele chocou os seus contemporâneos eliminando muitas lendas históricas de tipo religioso.

A batalha de Ourique, cuja vitória se atribuía ao aparecimento de Cristo ao primeiro rei de Portugal, não passava de uma lenda, e a batalha de Ourique como hoje realmente se esclarece, não passou de um "fossado" das hostes de D. Afonso Henriques a território muçulmano.

Isto provocou a reacção da Igreja, que protestou desde o púlpito e nos jornais, levando Herculano a replicar denunciando a ignorância do clero. Em 1851 Costa Cabral foi derrubado pelo movimento da Regeneração no qual tomou parte Herculano.

Para combater os elementos ultra-conservadores que tentavam minar o novo regime, Herculano ajudou a fundar dois jornais donde atacava o centralismo político e a influência do clero. Apesar de ser católico romano e cristão convicto, a sua guerra contra o clero levou-o a ver o ultramontanismo (a doutrina da supremacia papal sobre as igrejas nacionais) como o maior inimigo das instituições liberais. A este período pertencem Da origem e estabelecimento da inquisição em Portugal(1854-59). 

Baseado em documentos desconhecidos até então, tenta demonstrar que o absolutismo real e o poder do clero tinham sido aliados na confiscação da propriedade dos "Cristãos Novos" (judeus convertidos) através da Inquisição. Herculano batalhou contra a restauração das ordens monásticas e lutou pelo casamento civil. Desde 1871 ele foi abertamente crítico dos novos dogmas da Imaculada Conceição e da inefabilidade do Papa. 

O quarto e último volume da sua historia foi publicado em 1853. A nomeação de um inimigo pessoal para os arquivos nacionais em 1856, levaram Herculano a retirar-se para sua quinta no vale de Lobos perto de Santarém.

Condensado da informação da Enciclopédia Britanica

sexta-feira, 5 de abril de 2013

José Saramago - 2º Prémio Nobel português


José Saramago 

Nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não perfizera três anos de idade. Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessem sido numerosas e às vezes prolongadas as suas estadas na aldeia natal. Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades económicas.

No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".

Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976 vive exclusivamente do seu trabalho literário.

As obras de José Saramago encontram-se publicadas nos seguintes países: Espanha (Castelhano e Catalão), França, Itália, Reino Unido, Holanda, Alemanha (Edições na RDA e na RFA), Grécia , Brasil, Bulgária, Polónia, Cuba, União Soviética (Russo), Checoslováquia (Checo e Eslovaco), Dinamarca, Israel, Noruega, Roménia, Suécia, Finlândia, Estados Unidos, Japão, Hungria, Suíça, Argentina, Colômbia, México.

O seu romance "Memorial do Convento" foi adaptado para a Ópera pelo compositor italiano Azio Corghi, com o título "Blimunda".

A peça de teatro "In Nomine Dei" foi adaptada para a Ópera por Azio Corghi, com o título "Divara".